Cerca de 150 crianças de 11 escolas do 1º ao 5º ano do ensino fundamental da rede municipal de Aracaju estão participando do Programa InterAção Esporte, gerido pela ÈÕ±¾ÎÞëÖгö (UFS), em parceria com a Secretaria de Educação da capital (Semed). O relançamento do projeto, criado há quatro anos, foi realizado nesta quarta-feira, 28, no Auditório da Reitoria da instituição.
Desenvolvido pela Coordenação de Promoções Culturais e Esportivas (Copre/UFS), o InterAção Esporte alia acompanhamento psicológico, nutricional, reforço escolar, robótica, fisioterapia, entre outros, com práticas desportivas, como atletismo e paratletismo, futebol, handebol, natação e paranatação, voleibol, jogos populares/recreativos, dança, badminton e parabadminton.
A iniciativa, segundo o coordenador da Copre, Ailton Oliveira, visa integrar esporte, cidadania e extensão universitária como ferramenta de transformação social. “As crianças vêm aqui para a UFS todas as terças e quintas, manhã e tarde, e têm práticas diversas de esporte, contato com o meio ambiente, cultura e arte, na perspectiva da formação cidadã”.
A secretária municipal de Educação de Aracaju, Edna Amorim, ressaltou a importância do projeto para as crianças, que muitas vezes moram em regiões periféricas e sem acesso ao esporte.
“Os alunos vêm para a UFS no contraturno das aulas. Conseguimos tirá-los do ócio para trabalhar com o esporte, e além disso, diminuímos os índices de evasão escolar, porque o aluno fica motivado através do esporte, de estar na sala de aula”.
Para o reitor da UFS, André Maurício, o projeto alinha a cidadania com a perspectiva de futuro dos estudantes da educação básica. “O processo de cidadania é uma vitória e tem que ser construída a cada dia. Projetos como esse fazem com que as pessoas se sintam pertencentes a uma comunidade, gerando até uma perspectiva de, no futuro, estarem aqui com a gente na universidade, dando a essas crianças uma perspectiva de terem realmente uma vida digna”, falou.
Há mais de um ano integrando o projeto, o estudante do 7º período do curso de Educação Física da UFS, Samuel Matos, disse que o contato com os professores da graduação e com os alunos e docentes da educação básica gera trocas de experiências significantes.
“Nós apresentamos diferentes esportes e regras e também tentamos fazer um link com a vida escolar e geral das crianças. Para nós, que estamos no curso de formação, é muito interessante ter esse contato com as crianças e o projeto fornece isso de forma excepcional”, celebrou.
Superação
Durante o projeto, casos de superação ocorrem rotineiramente, principalmente envolvendo crianças com deficiência. As experiências impactam diretamente na vida pessoal e familiar dos estudantes, como informou o coordenador de Educação Física da Secretaria Municipal de Educação de Aracaju, Igor Sampaio.
“Temos um exemplo muito bonito que é de uma estudante autista não verbal e, no início do projeto teve muita dificuldade, principalmente, na paranatação. Ela só colocava a mão na água da piscina, depois só colocava o pé, mas ao final de um ciclo, vimos a mãe dela filmando e chorando, porque a menina saltou na piscina, aprendeu a nadar e ampliou as relações sociais”, lembrou.
“Nossa proposta não é formar atletas. Queremos que as crianças tenham o máximo de prática corporal possível para que essas associações que o movimento têm em relação a corpo e aprendizagem, melhorem as relações interpessoais”, completou Igor Sampaio.
Jéssica França - Ascom UFS